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Atividade física e depressão
Por Dra. Gianna Guiotti
A depressão é um transtorno que tem um impacto muito ruim na vida da pessoa e da família.
Os principais sintomas e características são: humor deprimido/tristeza persistentes, perda de prazer nas atividades que antes eram prazerosas, alterações de apetite e peso, insônia ou excesso de sono, fadiga, irritabilidade, baixa autoestima, sentimento de culpa e desesperança, sentimento de vazio e solidão.
Dentre os fatores de risco associados à Depressão, estão: obesidade e sedentarismo. Diante disso, estudos mostram que a atividade física representa uma estratégia de prevenção e tratamento para auxiliar na redução dos sintomas depressivos.
De acordo com o CANMAT (Canadian Network for Mood and Anxiety Treatment), pacientes deprimidos com sintomas leves tem indicação para a pratica de atividade física até mesmo como monoterapia. Porém a pratica clinica mostra que, diante de um quadro mais grave, é necessário instituir um tratamento medicamentoso para que a pessoa tenha um ganho na motivação e vontade de praticar atividade física.
Sempre que meus pacientes apresentam melhora satisfatória, incentivo iniciar e adotar a atividade física na rotina como estratégia terapêutica coadjuvante. Os efeitos antidepressivos do exercício podem ser explicados por fatores psicossociais e neurofisiológicos.
Fatores psicossociais- aumento da autoestima, sensação de Mastery(pertencimento), da distração e da autoeficácia. Fatores neuroendócrinos- aumento da síntese e liberação de neurotransmissores (dopamina, serotonina, noradrenalina), além do estimulo natural da produção de BDNF (Brain Derived Neurotrophic Factor), uma proteína que estimula a produção de novos neurônios.
Em crianças e adolescentes, estudos mostraram que a pratica da atividade física esta associada a menor incidência (34%) e prevalência (47%) de transtorno de humor, e também mostraram que crianças e jovens mais ativos apresentam pelo menos 10% a menos de chance de desenvolverem sintomas depressivos.
Em metanálises que investigaram os efeitos do exercício em crianças e adolescentes com sintomas depressivos, o grupo que praticou atividade física obteve uma resposta melhor ao tratamento. Incentivar e estimular a pratica regular de atividade física é uma estratégia importante na prevenção e na resposta terapêutica na depressão.