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Como estão nossos filhos na escola após a pandemia?

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Dra. Gianna Guiotti

Medica Psiquiatra

CRM DF - 15231

Por Dra. Gianna Guiotti

Como estão nossos filhos na escola após a pandemia?

Esta pergunta tem sido uma reflexão constante em meu dia a dia no consultório e em trocas com os educadores.

Durante a pandemia da Covid-19, nossas crianças e adolescentes vivenciaram muitos desafios. Medo da doença e as incertezas quanto ao futuro, isolamento do contato com os pares em uma época que este convívio é fator determinante na formação da personalidade e autoestima, perda das atividades de lazer que antes eram fundamentais para a saúde física e emocional, mudanças das configurações familiares: convivência com outros parentes e pessoas, perdas, separações, lutos, incertezas e até mesmo vivência de violência doméstica, dificuldade em acompanhar as aulas online, seja pela dificuldade de acesso à internet e também pela dificuldade de concentração e aprendizagem nesta nova modalidade…

Todos estes desafios impactaram de alguma forma nossas crianças e adolescentes, em graus variados, dependendo do temperamento e das situações vivenciadas por eles. Porém, a grande maioria desenvolveu problemas de saúde mental: insônia, sentimento de fracasso, tristeza, desesperança, irritabilidade, ansiedade e depressão.

E agora, que a vida começa a voltar ao habitual, como estão nossas crianças e adolescentes? O ambiente escolar agora mais do que nunca é decisivo para acolher e ajudar eles neste momento, mas os desafios agora parecem ainda maiores, tanto para a galerinha quanto para os educadores! Dificuldades acadêmicas por atraso nos conteúdos perdidos, provas presenciais… têm causado crises de ansiedade, problemas de sono e sentimentos de incapacidade e fracasso.

Voltar a conviver e se relacionar pessoalmente tem sido um problema para os que sofrem de algum grau de timidez e ansiedade social. Congelamentos – boatos que se espalham mesmo sem fundamento – têm sido mais frequentes e fazem um grande estrago na saúde mental da vítima. Comportamentos agressivos, que refletem a alta taxa de problemas de saúde mental que eles ainda vêm enfrentando. Mudanças no ensino médio – para os que estão nesta faixa etária – outro fator de estresse para alunos e a escola – mais uma mudança para a galerinha e para os professores se adaptarem…

Como podemos ajudar? Em casa, os pais devem ser compreensivos diante de dificuldades acadêmicas, crises de ansiedade e até mesmo tolerarem notas mais baixas, provas substitutivas, etc. Motivar hábitos saudáveis: boa alimentação, esporte, contato com a natureza, sono adequado, convívio com os pares, limitar tempo de telas…

Na escola, é fundamental um espaço de escuta, através dos serviços de psicologia escolar ou até mesmo um tempinho nas aulas regulares incentivados pelos professores para falarem sobre as emoções e os sentimentos neste momento… Simplesmente é importante para nós pais e educadores entendermos que para a maioria das crianças e adolescentes, após todos os desafios da pandemia, está difícil voltar e fingir que nada aconteceu! Ter uma atitude compreensiva e acolhedora pode fazer toda a diferença neste momento…

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