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Como falar sobre sexualidade com meu filho?

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Dra. Gianna Guiotti

Medica Psiquiatra

CRM DF - 15231

Por Dra. Gianna Guiotti

Na última semana me surpreendi com a polêmica sobre o filme da Netflix com dois conhecidos comediantes brasileiros, que aborda a pedofilia como algo engraçado e “normal”.

Fiquei mais indignada ainda com a reação destas figuras públicas, ignorando o impacto deste tema na saúde emocional de muitas crianças e adolescentes, e focando apenas na questão política da polêmica.

Ao meu ver, temas sensíveis como estes devem ser tratados independente de orientações políticas e filosóficas. O filme é uma negação de valores e um afronto ao trabalho de educadores e psicólogos escolares disfarçado de humor.

Pedofilia e abuso sexual é crime e causa danos imensos para as vítimas, na maioria dos casos deixa marcas durante toda vida. E ponto. Esta não é uma questão política, e sim, de saúde pública! Estes acontecimentos, em meninos e meninas, infelizmente são muito frequentes, são causas de transtornos mentais e muitas vezes (tentativa) de suicídio.

A vivência de abuso sexual, ainda que seja somente uma insinuação, uma fala, uma brincadeira, mesmo que não consolidado um ato completo, é uma vivencia traumática, uma agressão. E trauma faz um grande estrago ao longo da vida, passível de tratamento, mas prevenir é sempre melhor, né?

Então como falar com nossos filhos? Como prevenir?
Para os pequenos – de três a sete anos- De forma leve, sem assustar, dizer que o cuidado e acesso aos órgãos genitais deve ser feito somente pelos pais ou cuidadores autorizados, com finalidade de higiene e cuidado.

Para os mais velhos, a partir de 7 anos, e principalmente na pré-adolescência, quando os caracteres sexuais começam a mudar, conversar abertamente sobre a questão, que jamais devem ser forçados a fazer nada, ainda que sob ameaça. Sim, muitas vezes o abusador ameaça causar algum dano a um familiar em troca da criança ceder.

Que mesmo sob pressão do grupo para ser aceito (e isso é uma razão comum dos casos), que não deve ceder e ser forçado a nada que não tenha vontade. Nem mesmo beijar a garota mais bonita da escola, ou ficar com o carinha cobiçado.

Mesmo as meninas que estão em um determinado relacionamento(namoro) devem ser orientadas a não cederem quando não se sentem preparadas, apenas pela vontade do outro.

A questão das experiências homoafetivas preocupa muito os pais de adolescentes. Costumo orientar que, desde que não seja também um ato forçado, para ser aceito(a) no grupo, ou querer mostrar que esta por dentro no “normal”, que não supervalorize o ato.

Procure ajuda psicoterápica, muitas vezes faz parte do processo de individuação e autoconhecimento, conversar sem reprimir e pedir um acompanhamento profissional é uma boa pedida.

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