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Dependência Tecnológica

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Dra. Gianna Guiotti

Medica Psiquiatra

CRM DF - 15231

Por Dra. Gianna Guiotti

A era digital e a facilidade de comunicação trazem vários aspectos positivos em nossa vida: compartilhar momentos com amigos e parentes que estão distantes, a difusão rápida de informações, facilitar o encontro de pessoas com os mesmos interesses.

Mas a necessidade de ter cautela e bom senso é cada vez maior na conduta e no comportamento nas redes sociais, pois o que poderia ser bom, pode trazer consequências muito ruins. O excesso de exposição e a propagação de boatos e informações e imagens pessoais indevidamente trazem consequências catastróficas diversas.

No caso de crianças e adolescentes, as novas tecnologias fazem parte do dia a dia e influenciam cada vez mais no desenvolvimento emocional, cognitivo e nas relações pessoais.

As crianças aprendem a andar e a falar já super familiarizadas com os celulares e tabletes, e os pais ficam aliviados em determinados momentos em contar com estes instrumentos para distrai-los. Crianças na idade escolar já tem os jogos eletrônicos e acesso a redes sociais incorporadas a rotina. Não há dúvida que a autoestima dos adolescentes hoje em dia está sendo construída também com base no número de curtidas ou seguidores nas redes sociais.

Mas quais casos podemos classificar como Dependência tecnológica?

 A psiquiatria tem estudado cada vez mais os problemas decorrentes da era digital, e os transtornos mais comuns hoje em dia são: dependência de jogos eletrônicos (mais comum em meninos), dependência de redes sociais (mais comum em meninas), dependência de celular (chamado de nomofobia, mas ainda em estudo e não classificado pelos manuais diagnósticos em saúde mental), e compulsão por pornografia virtual.

Apesar de muitas pessoas apresentarem um padrão nocivo de uso, o termo Dependência restringe-se a casos em que há um prejuízo evidente recorrente do uso (problemas nas relações pessoais, desempenho escolar e laboral ruins), sintomas de perda de controle em relação ao uso, além de sintomas de ansiedade importantes quando ocorre a privação do uso.

Na hora de negociar e permitir o acesso à estas novas tecnologias, os responsáveis sempre devem levar em consideração:

No caso das crianças, o tempo de uso não deve atrapalhar as brincadeiras com outras crianças, com jogos e brinquedos que possibilitem a habilidade visual-espacial, e o contato com a natureza.

Para os adolescentes, cada família deve ter as regras de convivência levando em consideração momentos em que os menores devem estar longe dos jogos e aparelhos: horário das refeições, reuniões de família, horários de estudo…

O mais importante é o acesso sempre supervisionado! O responsável tem sim o direito (e dever) de terem a senha de acesso, e a qualquer hora, do conteúdo que os filhos compartilham, os aplicativos, as conversas, os seguidores.

Apesar de muitas vezes as crianças e adolescentes terem mais familiaridade com as novas redes sociais e aplicativos, o aspecto segurança e a noção de perigo envolvida no uso destas tecnologias deve ser sempre orientada e monitorada pelos pais.

Em qualquer idade, o uso das tecnologias possibilita cultivar nossas relações pessoais, familiares, profissionais, sociais, mas muitas vezes atrapalha a relação com a gente mesmo. Precisamos de tempo para refletir sobre os acontecimentos do dia, sobre nossos sentimentos, ações e emoções, parar e fazer algo que nos desconecte das muitas informações sobre os outros e que nos conecte com nossas emoções e pensamentos.

Este tempo é fundamental para desenvolvermos a educação e aprendizado sócio-emocional.

Os casos classificados como dependência são raros, mas qualquer pessoa em qualquer idade pode vivenciar uma sensação de perda de controle diante de uma situação da vida (por exemplo diante de sintomas ansiosos ou depressivos). Identificar e buscar ajuda é fundamental para evitar.

Gianna Guiotti Testa
Medica Psiquiatra (responsável técnica da Clínica OPY)
CRM DF- 15231

 
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