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Depressão na infância e adolescência
Por Dra. Gianna Guiotti
Recentemente a Organização Mundial de Saúde definiu o tema “Os jovens e a saúde mental em um mundo em transformação” para discutir e alertar para a importância da detecção e informação precoce desta doença que afeta cerca de 350 milhões de pessoas no mundo e 11 milhões de brasileiros.
Estudos mostram que metade dos adultos que apresentam algum tipo de transtorno mental (depressão, ansiedade e outros) apresentaram sintomas antes dos 14 anos!
Pais, cuidadores, profissionais de saúde e educação tem um papel fundamental em reconhecer quando algo não vai bem e realizar as intervenções mais adequadas.
Prevenção
A prevenção em saúde mental deve começar em casa e na escola, ensinando as crianças e jovens a desenvolverem competências sócio emocionais: autoconhecimento, autocontrole, empatia, auto responsabilidade e habilidades sociais. Além de proporcionar a eles os pilares do desenvolvimento da autoestima saudável: afeto, confiança, segurança e pertencimento.
Fatores de risco e sintomas
História familiar (genética), conflitos e problemas de relacionamento na escola ou em casa, perdas e lutos, separações, mudanças difíceis, excesso de tarefas e pressões diversas, hábitos inadequados de sono, uso excessivo de mídias digitais e dificuldades de aprendizagem são os principais fatores de risco para depressão e outros problemas de saúde mental.
Perda de interesse em brincar ou sair com os amigos, irritabilidade, atraso ou dificuldade de aprendizagem e concentração, alteração de sono e apetite, recusa em ir à escola ou a programas sociais e familiares, sensação de incapacidade e falta de energia…
Tratamento
Diante destas situações a criança ou o adolescente podem precisar de ajuda e intervenção especializada temporárias, porem há casos em que estas dificuldades refletem condições que, se não reconhecidas e tratadas adequadamente, podem acarretar consequências durante toda a vida (as potencialidades da criança podem não ser aproveitadas e o desenvolvimento emocional e cognitivo serem prejudicados).
Um bom especialista em psiquiatria nesta faixa etária tem conhecimentos na área de pediatria, neurologia, psiquiatria e psicologia. É preciso conhecer sobre desenvolvimento físico, cognitivo e emocional normais para detectar quando algo não vai bem…
Intervir nem sempre significa medicar! Mudanças necessárias na rotina da casa ou da escola podem ser uma intervenção oportuna e suficiente. Em outras situações, pode ser necessário o acompanhamento de profissionais especializados: fonoaudiologia, pedagogia, psicologia e outros.
O psiquiatra da infância e adolescência coordena estes cuidados e intervenções mais oportunas, solicita exames complementares e indica tratamento medicamentoso quando necessário.
Os pais também precisam ficar atentos às expectativas em relação aos filhos, conhecerem o temperamento e potencialidades e respeitarem as limitações de cada um.
Gianna Guiotti Testa
Medica Psiquiatra (responsável técnica da Clínica OPY)
CRM DF- 15231