Opy Saúde
Autismo e a mudança de gênero
Por Dra. Gianna Guiotti
É cada vez mais frequente na prática clínica em saúde mental, receber pessoas no espectro autista que se identificam com o sexo não biológico, e optam pela mudança de gênero.
Mas por que será que isso acontece? Quais os cuidados que devemos ter em pacientes transgêneros que também são TEA?
Algumas teorias tem tentado explicar o aumento da relação entre TEA e mudança de gênero.
Uma delas é um estudo recente que demonstrou que pacientes do espectro autista possuem alta exposição fetal à hormônios esteroides.
Mais do que ficar procurando causas, família e profissionais de saúde devem ter uma postura de acolhimento e apoio sempre, pois algumas dificuldades inerentes ao TEA podem complicar mais ainda todo o processo biológico e social que envolve a mudança de gênero.
Eu procuro conversar com meus pacientes para que reflitam e percebam se o desejo da mudança de gênero não é somente uma tentativa de buscar um pertencimento, uma referência e uma forma de aliviar o sentimento de inadequação.
Em muitos casos eles não vão adiante com a mudança, e em outros, em que é genuíno o desejo e a vontade, e não uma busca pela formação da personalidade e de autoconhecimento, a mudança de gênero se concretiza.
Mas é fundamental que ela venha com segurança e confiança, pois é um processo que tende a ser bem gratificante quando tem que acontecer, mas sempre vem com muitos desafios biológicos, emocionais e sociais.
É importante que a família e os profissionais de saúde proporcionem o empoderamento necessário, o fortalecimento emocional, o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, para lidar com os desafios.
Referência do artigo:
- Sgan 601 norte lote H, Subsolo 1 sala 02, Edifício íon