Opy Saúde
o menino maluquinho
e os transtornos da mente
Por Dra. Gianna Guiotti
OS MENINOS E MENINAS “MALUQUINHOS”
Esta semana lamentamos a partida de Ziraldo, esse grande escritor brasileiro, que encantou gerações.
De tantas publicações lúdicas, mas muitas vezes com mensagens serias, ele ficou conhecido com a clássica obra “O menino maluquinho”.
Assim como muitos, lembro quando li este livro há uns anos atrás, ainda uma menina (maluquinha?), que na época não imaginava que um dia iria cuidar dos meninos e meninas “maluquinhos”.
Falo isso com muito respeito, pois o termo está sendo usado aqui com carinho.
A SAÚDE DA MENTE
A vida foi me levando para ser uma profissional que cuida da saúde, da mente (e da alma) das pessoas, e, conforme ia estudando e me especializando, pude ver que os problemas da mente começam ainda na mais tenra idade (do menino maluquinho), e, quando não identificados e tratados, podem impactar negativamente para o resto da vida.
Metade das pessoas que foram diagnosticadas com algum transtorno mental, tinham sintomas antes dos 14 anos, e intervir adequadamente é crucial para o desenvolvimento destas crianças.
Intervir significa identificar o temperamento, os sintomas, e indicar o cuidado necessário, que pode ser através de terapia psicológica individual e familiar, fonoaudiológica, psicopedagogia, terapia ocupacional, nutricional, esporte, etc…
E em alguns casos, intervir através de medicamentos corretos, durante o tempo necessário.
O IMPACTO DOS TRATAMENTOS
Mesmo tendo que quebrar alguns paradigmas e preconceitos, os pais e famílias que já passaram por esta experiência com um profissional sério e competente, percebem a diferença e impacto positivo na vida dos seus filhos e de toda a família.
Os meninos e meninas maluquinhos podem ser aqueles mais sensíveis, que tem dificuldade de se sentirem pertencentes ao meio, que tem alguma característica neurológica ou de temperamento, que os tornam mais vulneráveis e com necessidade de cuidados.
Concordo que há exagero e diagnósticos errados de transtornos comuns nesta faixa etária: TDAH, TEA, ansiedade, etc.
Mas quando há de fato a existência de um transtorno… identificar, intervir e coordenar cuidados (papel do psiquiatra da infância e adolescência), é crucial para o desenvolvimento destes meninos e meninas maluquinhos.
Quem sabe assim, eles consigam mostrar ao mundo que a “maluquice” deles pode colaborar para que o mundo seja um lugar bem melhor…
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